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Carta de Gestão de Julho/2022.


Confira na integra a visão da Alphamar Investimentos acerca do cenário econômico de Junho/2022.



 

O entendimento entre as autoridades monetárias dos países centrais de que a inflação pós pandemia era um fenômeno transitório e temporário se mostrou errôneo e a convergência para uma elevação no custo do dinheiro tomou corpo ao redor do globo. Adiciona-se a isto a retirada gradual de estímulos e benefícios concedidos ao longo da pandemia do covid-19. O mundo começa a retomar sua dinâmica natural com normalização nas operações das cadeias de suprimento.


O confronto envolvendo Ucrânia e Rússia que vem se arrastando desde fevereiro, trazendo com ela grande pressão sobre o preço das commodities. (principalmente petróleo e gás natural), vem perdendo relevância sobre a matriz de risco geopolítico. O mercado precificou uma redução nos riscos de abastecimento sobre as fontes de energia e ajustou os preços internacionais para baixo em praticamente todas as matérias primas. Outro fator importante para o bom otimismo do mercado foi o início da temporada de balanços que mostrou a resiliência das grandes empresas a despeito do cenário macro desafiador.

Internamente o Brasil conseguiu adotar medidas (não tão ortodoxas) para conter o avanço dos preços. Tais medidas, somadas à melhora dos preços das commodities no mercado internacional, levaram a uma deflação de 0,68% em julho e aliviaram a pressão sobre o ritmo do aumento de juros à frente. Com o início do ciclo de aperto monetário no Brasil começando em março de 2021 (quando a taxa SELIC passou dos 2,00% ao ano para 2,75%) a resposta da economia veio após quase 1 ano e meio (já com a taxa em 13,75% ao ano). Adicionalmente a este contexto (e não menos importante), o cenário político brasileiro em vias de protocolar as candidaturas ao planalto não deve sair da polarização envolvendo os dois principais candidatos à frente nas pesquisas.


No campo eleitoral, estamos próximos do início oficial da campanha. Continuamos trabalhando com um cenário competitivo, com estreitamento da margem entre os dois principais presidenciáveis à frente das pesquisas, o que deve levar a movimentos ao centro por parte dos dois candidatos. Em relação aos programas de governo, a nossa visão tem sido mais pragmática. Os dois candidatos são conhecidos e achamos pouco provável que qualquer um deles vá além do limite da responsabilidade, principalmente por se tratar de um primeiro ano de mandato presidencial (tradicionalmente mais austero).


Falando do plano econômico, o Brasil do pós-pandemia vem lutando contra os percalços trazidos por conta dos programas de estabilização durante o período de Lockdowns.

Olhando pelo copo meio cheio, o Brasil de hoje já apresenta desemprego inferior a dois dígitos (9,8%), o déficit público voltou a 78% do PIB (mesmo patamar de 2019), o PIB está superior a 2019 (e deve crescer em torno de 2,0% em 2022), deve encerrar o ano com superávit primário pela primeira vez em muitos anos e a arrecadação bateu recordes em 2022. Olhando o copo meio vazio, a inflação ainda deve fechar 2022 acima da meta de 3,5%, o teto dos gastos deve ser extrapolado e as reformas (principalmente tributária e trabalhista) devem ficar para o próximo mandato.


Em meio aos desafios e complexidades da retomada da economia global, os agentes econômicos vêm se adaptando ao “novo” mundo que se desenha. Esse novo contexto trouxe de volta às pranchetas todo o aparato institucional para tentar viabilizar medidas a serem adotadas para contrabalançar o caos trazido pela pandemia. Como os agentes já sabendo lidar melhor com esta situação, a atenção agora se volta à execução dos planos estabelecidos, e posteriormente aos seus resultados.



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